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Editoras brasileiras investem para se adaptar ao novo acordo ortográfico

janeiro 8, 2009

Por: Karin Sato
08/01/09 – 14h48
InfoMoney

SÃO PAULO – Em vigor desde que 2009 começou, as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa estão provocando mudanças no mercado editorial.

Para adequação dos novos livros e edições de revistas às normas do acordo, bem como para a revisão de edições antigas, as editoras do País estão investindo tempo e dinheiro. No segmento de livros didáticos, por exemplo, as editoras que desejarem participar das licitações do governo este ano terão de estar, obrigatoriamente, conforme as regras atuais do português.

Considerando o vocabulário completo, o Acordo deve modificar 1,42% das palavras em Portugal e 0,43% no Brasil. A princípio, o prazo para adaptação é de três anos. Durante esse período, regras antigas e atuais poderão conviver entre si. Já a partir de 2012, as novas regras passam a vigorar em sua totalidade.

Transição
Com o intuito de ajudar na transição das regras antigas para as atuais, a CBL (Câmara Brasileira do Livro) realizou diversos encontros com as editoras e explicou as mudanças, bem como sanou dúvidas.

Segundo a presidente da CBL, Rosely Boschini, a finalização do dicionário da nova ortografia, que está sendo elaborado pela ABL (Academia Brasileira de Letras), será referência para adoção das novas regras e uma maior adesão das editoras.

“Apesar do investimento inicial, a maioria das editoras se mobilizou para atender às mudanças previstas na reforma. Os novos livros didáticos que serão utilizados pelo governo, por exemplo, já foram editados dentro da nova ortografia. Acredito que, no médio prazo, o setor editorial estará adaptado às novas normas, assim como já vem ocorrendo com boa parte da mídia impressa”, afirmou Rosely.

As vantagens
Mas o Acordo Ortográfico não foi de todo prejudicial. Pelo contrário, ele abriu as portas para as editoras brasileiras que desejam expandir e atuar nos países de língua portuguesa, como Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste. No total, cerca de 240 milhões de pessoas falam português em todo o mundo.

De acordo com Rosely, a outra vantagem é a solução de um antigo problema: a adaptação dos livros produzidos no Brasil para o português usado nos diferentes países de língua portuguesa. “Além disso, o acordo deve contribuir para o ensino e a difusão da língua portuguesa no exterior, fomentar a cooperação e o intercâmbio cultural e facilitar o processo de adoção do português nos órgãos internacionais“, finalizou.