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Dependência da importação de matéria-prima coloca em risco produção de genéricos

fevereiro 10, 2009
10 de Fevereiro de 2009 – 06h33 – Última modificação em 10 de Fevereiro de 2009 – 10h54
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
 

 

 
 
Elza Fiúza/ABr
Anápolis (GO) - Medicamentos genéricos produzidos em laboratório goiano passam por controle de qualidade
Anápolis (GO) – Medicamentos genéricos produzidos em laboratório goiano passam por controle de qualidade

Brasília – Ao completar dez anos, os medicamentos genéricos ainda dependem da importação de 80% das matérias-primas necessárias para a sua fabricação. Essa dependência representa risco para a manutenção não só do programa, mas para toda a indústria farmacêutica brasileira.

“Os investimentos de base foram substituídos por importações e, com isso, nos tornamos quase que plenamente dependentes da importação de matéria-prima. Se não desenvolvermos uma política industrial consistente visando a atrair empresas para a fabricação dos princípios ativos que compõem essa matéria-prima, continuaremos em uma posição de risco que pode colocar por água abaixo toda a indústria farmacêutica brasileira”, alerta Álvaro Zanella, diretor de Operações e Logística da Neo Química, um dos primeiros laboratórios a lançar o medicamento genérico no Brasil.

Segundo ele, essa dependência torna o custo Brasil no setor de medicamentos ainda mais alto, apesar de os genéricos terem sido favorecidos pela redução de custo em pontos específicos da cadeia produtiva, como suprimentos, fontes alternativas de matéria-prima (20% são produzidos em território nacional) e, principalmente, no que se refere à escala – volume de produção frente ao custo fixo, que torna possível diminuir o preço de venda nos distribuidores e nas farmácias a partir de uma maior produção dos medicamentos.

Zanella explica que, em média, os genéricos custam 35% mais baratos do que os chamados medicamentos de referência, cujas fórmulas químicas são reproduzidas nos genéricos. “Mas, na prática, os genéricos chegam a custar menos da metade do que custam os de referência”, garante o diretor da Neo Química.